Por: Tainá Fragoso
No início do século
20, acreditava-se que a Terra e o Sistema Solar faziam parte de um grande
sistema estelar, que foi denominado Via Láctea. Porém, dúvidas começaram a
aparecer em relação às dimensões desse sistema e do próprio Universo.
No ano de 1916, um
astrônomo americano (Harlow Shapley) mediu
a Via Láctea e obteve um valor muito maior do que imaginava, isso fez com que Shapley acreditasse num Universo
unigaláctico, ou seja, que o Universo possuía somente uma galáxia. Mas outros
cientistas da época defendiam a teoria de que havia inúmeras galáxias
espalhadas pelo Cosmo, cada uma como uma grande ilha. Então, outro astrônomo
também americano, Edwin Hubble, com
uso do telescópio Hooker (o maior telescópio da época) em Monte Wilson,
Califórnia, provou que sim! O Universo era repleto de galáxias como a nossa Via
Láctea e também diferentes dela.
Usando como
referência a luminosidade e a magnitude aparente (brilho medido da Terra) de
estrelas cefeidas (geralmente gigantes amarelas), Hubble conseguiu calcular a distância das estrelas e da galáxia de
Andrômeda, provando que elas estavam fora da Via Láctea. Em 1924 já se sabia
que havia várias galáxias em todas as direções do espaço, o que hoje os
cientistas acreditam ser ao menos 125 bilhões.
Essa pequena
introdução nos leva agora a conhecer os tipos de galáxias classificadas pelo
homem, e também um pouco mais sobre os aglomerados.
Uma galáxia é formada por sistemas de estrelas e grandes quantidades de
gás e poeira interestelares, que se mantém juntos pela ação da gravidade e
podem conter muitos milhares de estrelas. Podem ter dimensões que variam de
menos a mais de 1 milhão de anos luz (distância que luz percorre em um ano,
cerca de 9,46 trilhões de km). Hubble
criou um sistema de classificação que se baseava na forma e composição dessas
estruturas e que ainda é usado atualmente com algumas mudanças. Foram
identificadas galáxias com formas espirais, espirais barradas, elípticas e
lenticulares, assim como galáxias irregulares que não possuem nenhuma
estrutura.
Nessa época, a Via
Láctea havia sido classificada com espiral normal, mas hoje sabemos que ela é
espiral barrada, com diâmetro de 100 mil e espessura de quatro mil anos luz,
que contém entre 200 a 500 bilhões de estrelas. Observe a imagem abaixo que
retrata o Diagrama de Hubble, onde o astrônomo representou as formas que podem
ter uma galáxia de forma clara e objetiva.
A classificação se inicia nas
elípticas e abre nas espirais normais (em cima) e espirais barradas (em baixo).
Ao longo do século 20, os astrônomos começaram a utilizar telescópios
que detectavam diferentes comprimentos de onda, o que ajudou na descoberta de
outros tipos de galáxias. A primeira foi detectada por sua emissão em rádio e
ficou conhecida como radiogaláxia, a Cygnus A em 1939. Em seguida, outras foram
sendo descobertas, como a Seyferts (1943), quasares (1963) e blazares (1978).
Essas novas estruturas, incluindo as radiogaláxias formam um grupo denominado
galáxias ativas, pois a energia que emitem é maior do que a produzida pelas
suas estrelas. Teoricamente, a fonte dessa energia é a matéria que cai dento de
um buraco negro supermassivo no centro da galáxia.
Voltando a Shapley... Em 1930, observando chapas
fotográficas do céu mais profundo, obtidas com grande angular, o astrônomo
percebeu que em certas áreas havia mais galáxias do que em outras. Hoje sabemos
que isso acontece porque as galáxias não estão simplesmente soltas no espaço,
algumas delas se unem e formam aglomerados.
A Via Láctea, por
exemplo, está contida em um pequeno aglomerado, que recebe o nome de grupo.
O Grupo Local, como é chamado nosso aglomerado, tem mais de 40 galáxias
e está localizado em uma região que se estende por cerca de 10 milhões de anos
luz. E há os aglomerados ricos, que podem conter milhares de galáxias dentro de
um pequeno volume.
Para finalizar. Temos conhecimento dos superaglomerados, mas os
cientistas se perguntaram como é possível a união de tantas galáxias no espaço
e as respostas vieram de mais um astrônomo americano, George Abell. Abell
classificou cerca de quatro mil aglomerados de galáxias e idealizou a forma
como elas eram unidas através de planos ou filamentos separados por espaço
“vazio”.
E assim chegamos a mais uma
evolução no conhecimento humano, uma prova real de que nós seres humano somos
importantes de tal forma para alguma coisa, aprender! Observe as imagens
abaixo:
Está é
uma representação de um superaglomerado de galáxias. São tantas as galáxias,
que formam uma grande estrutura em filamentos unidos em que não conseguimos ver
uma galáxia individual.
Acima, a foto considerada a mais importante tirada por um instrumento
humano. A imagem foi capturada pelo telescópio espacial Hubble, que ficou
focando um único e pequeno ponto que parecia vazio no espaço e conseguiu fazer
essa imagem fascinante, que por capturar uma imagem tão longínqua ficou
conhecida como Ultra Depp Field. Mostrando
nossa inferioridade em relação ao Cosmo, cada pontinho nessa imagem representa
UMA galáxia ou um aglomerado, contendo cada uma delas centenas de bilhões de
estrelas!
Pausa para reflexão...
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